quarta-feira, 18 de abril de 2007

Uma Investigação sobre o Comércio de Pele de Cães

Uma investigação sigilosa de dezoito meses, expôs um dos mais repulsivos segredos da indústria global de peles: o assassinato cruel e brutal de animais de estimação (cães e gatos). A investigação foi um esforço conjunto da Humane Society dos Estados Unidos/Humane Society Internacional (HSUS/HIS) e Manfred Karremann, um jornalista alemão independente.
Os investigadores estimam em mais de 2 milhões de cães e gatos mortos, anualmente. E para quê? Para confecção de casacos curtos e longos, jaquetas, vestimentas com detalhes em peles, chapéus, luvas e acessórios decorativos. Até mesmo bichinhos de brinquedos, são feitos com pele de cães e gatos. Cães e gatos, em nada diferente dos nossos de estimação, cruelmente mortos para fazerem produtos vendidos a consumidores desavisados, que geralmente não têm como saber o quê estão comprando. As investigações seguiram uma pista sangrenta até as fontes. Eles testemunharam, em primeira mão, o assassinato de cães e gatos domésticos, sendo que alguns cresceram em fazendas de criação de raças, outros foram capturados na rua, e alguns que ,obviamente , eram de estimação e teriam sido, provavelmente, roubados. Eles documentaram a venda de peles em casas de Leilão na Europa; vendas efetuadas para compradores de diversos países, incluindo os Estados Unidos. Pelo caminho eles encontraram assassinos, vendedores, intermediários e compradores. E onde o "caminho da morte" termina?No público comprador de peles em todo mundo.
E claro que milhões de outros animais são mortos todo ano para satisfazer vaidades, incluindo mink, raposas, racoons e mais de uma dúzia de outras espécies. De alguma maneira, consumidores, estilistas, atacadistas e compradores de lojas, pensam ter conseguido se manter à distância da
crueldade e morte desnecessária, que são partes integrantes de toda fábrica de roupas e acessórios de peles, por vários motivos:
a. por considerar que animais usados para extração de pele são menos sensíveis a sofrimentos do que animais de estimação.
b. por falsamente sugerir que donos de fazendas que criam animais para uso das peles empregam métodos que protegem e cuidam dos animais enquanto estão vivos e proporcionam uma morte humana e indolor; até mesmo por considerar que alguns animais, como o mink, por exemplo, são espécies menos "simpáticas" ou não têm um "apelo emocional" forte, por isto, menos dignos de preocupação ou cuidados. Nenhum destes argumentos pode ser cogitado sobre mercado de peles de cães e gatos, que nós constatamos ser nada menos do que horrível e insensível. A documentação sobre esta investigação, incluindo várias horas de gravação em vídeo e centenas de fotos, mostra que os métodos de abrigo, transporte e abate de cães e gatos não possuem paralelos em termos de crueldade.

A Origem da Crueldade
Em um número considerável de países, incluindo Mongólia, Coréia, Austrália e Inglaterra, já houve relatórios esporádicos sobre cães e gatos sendo mortos por causa de sua pelagem. Esta investigação foi focada na China, país considerado o maior fornecedor de pele de cães e gatos, assim como nos representantes do comércio destas peles, onde pudemos desenvolver guias e conexões, que nos propiciaram acesso com sigilo.
Investigadores visitaram companhias estaduais em Beijing e nas províncias de Hebei, Heilongijang and Henan para descobrir informações detalhadas do manufaturamento e comércio de peles de cães e gatos. China também tem um negócio próspero com carne de cachorro; carne de gato é reportada apenas em Canton.
Nós descobrimos que os cachorros e os gatos normalmente são criados em fazendas de criação de raças, a maioria no norte da China, onde o clima mais frio aumenta a qualidade e espessura dos pelos dos animais. Em qualquer lugar, de 5 a 300 cães podem ser mantidos em "estoque" nas fazendas de cães e até 70 gatos podem ser mantidos em fazendas de gatos. Muitas vezes, cães e gatos mortos não vem de uma operação formal de criação de raça. Uma família chinesa pode simplesmente manter alguns gatos, ou um ou dois cachorros, e, durante o inverno, quando a estação anual de abate começa, a família mata os animais e leva as peles ao mercado. Muitas vilas têm mercados de peles ao ar livre, que servem como pontos de coleta de peles de cães e gatos, mortos no local.
Investigadores visitaram uma fazenda de cães que fica há muitas horas da cidade de Harbin.Eles documentaram cães vivos em locais sem aquecimento durante inverno rigoroso, rodeados pelos corpos de cachorros mortos, pendurados em ganchos. Alguns dos cães vivos eram destinados para serem vendidos e comidos em Harbin e suas peles vendidas ao mercado. Os cães eram empacotados em sacos e transportados por um veiculo motorizado para o lugar de abate: uma jornada de várias horas.
Em Harbin, investigadores testemunharam cães mantidos em um prédio escuro e sem aquecimento, no frio de Fevereiro, sem água nem comida. Eles estavam amarrados por finos fios de metal. Foi dito aos investigadores que o "açougue"' naquele lugar ,matava de 10 a 12 cães por dia, vendendo sua carne e couro, e que sua esposa freqüentemente traz os cães de fazendas de criação no norte.
Para alguns dos cachorros trazidos para Harbin a viagem ainda não tinha terminado. Como alguns restaurantes (normalmente Coreanos) querem realmente carne fresca, alguns destes infelizes cães são enfiados novamente em sacos e levados ao destino final. Em um restaurante, o investigador assistiu quando um cão foi tirado do saco. Os outros foram deixados presos, sobre um chão gélido. A cada cão que era retirado e morto, os outros podiam ouvir seus gritos e choros.

( Tradução até este trecho feita por Denise Villas Andreis )

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