segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Testes alternativos poupam onze milhões de animais

Alfredo Maia

Para que os consumidores se sintam "seguros" em relação a 30 mil das 100 mil substâncias químicas produzidas na União Europeia ou importadas pelos seus estados-membros que fazem parte da sua vida diária - dos cosméticos a matérias-primas do último grito de electrónica, passando pelos aditivos alimentares - mas são ainda mal conhecidas, será necessário sacrificar mais de 20 milhões de animais em testes de toxicidade. Mas novas regras, que entram em vigor em Junho de 2007 - mas de forma progressiva e ao longo de onze anos - vão permitir reduzir para uns nove milhões de espécimes.

A redução do número de exemplares utilizados em testes - os chamados animais de laboratório - deverá ser possível com o fim da duplicação de ensaios e o recurso preferencial a testes alternativos, baseados designadamente em culturas de células, que estão a ser estudados no Centro Europeu para a Validação de Métodos Alternativos, situado em Ispra, Itália, que deverá aferir estratégias de redução, substituição ou redefinição de protocolos de utilização de animais na verificação de substâncias químicas.

Aquele centro tem 171 métodos alternativos em processo de validação, dos quais 100 podem ser adoptados pelo regulamento da União Europeia sobre o registo, avaliação e autorização de produtos químicos (ou Regulamento REACH), aprovado na passada quarta-feira pelo Parlamento Europeu. Espera-se uma redução de 50% nos testes com animais, prevê o director da instituição, Thomas Hartung, citado pela agência Lusa.

O Regulamento, considerado histórico (texto ao lado), abrange 30 mil substâncias sobre as quais existe pouca informação toxicológica, sendo apenas uma parte das 100 comercializadas na União, das quais somente três mil foram sujeitas a testes de toxicidade.

Estima-se, acentua o despacho da Lusa, que participou numa visita ao centro europeu de referência de validação, que muitos produtos químicos presentes em bens de consumo utilizados no dia-a-dia sejam responsáveis pelo aumento de alergias, cancros e infertilidade humana face à sua persistência no organismo ao longo da vida.

Fonte:javascript:ol('http://jn.sapo.pt/2006/12/18/sociedade_e_vida/testes_alternativos_poupam_onze_milh.html')

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